domingo, 11 de julho de 2010

Nas ruas, estou eu perseguindo aquele que anseia a minha morte. Não. Nunca.
Posso ouvir minha respiração pesada, meus punhos cerrados. Preparo-me para matar. Mas não. Isso não parece certo. Vozes estão manipulando-me dentro da minha cabeça. Eu posso ouvi-las chamarem meu nome. Pedem que eu mate. Pedem que eu me mate. Devo obedecê-las!
Lembranças das coisas que não foram ditas. De tudo o que eu não fiz. Mas agora é tarde... E agora tudo mudou. Ninguém mais pode me vencer. Toque-me e estarás morto!
Dores agonizantes marcam a vinda de mais poder. Devo suportá-las. Aprendi a suportá-las.
E quando for muito tarde, todos se lembrarão, todos se renderão! Afinal, todos aqueles que me odiavam, superestimam-me agora. Não há por que temer. No fim, eu vou matá-los a sangue frio e todos implorarão pelo meu perdão, mas assim como eles não me concederam, eu também não vou ter dó. Clamarão pela vida... Embora não saibam, que as suas vidas não existem mais.
Afinal, ensinei a todos a chegar ao lago das sombras dos mortos. Mas esqueci de ensinar a mim mesmo. E agora, não posso salvar a quem eu mais prezo.
Devo ter se esquecido de mim.
Nunca pensei em como seria viver sozinho nas sombras do torpor sem fim. Mas felizmente, consegui devolver aos outros, o que roubei. Roubei a sua felicidade. E agora mais do que nunca anseio roubá-la de novo.
Não sei mais como viver sem a máscara do meu terror. Não sei como viver sem esconder os meus próprios pecados. Não sei mais como tornar a verdade uma mentira.
Desaprendi a como chegar aos corpos das minhas próprias vitimas. Para arrancá-las mais sangue e poder, arrancá-las o resto de vida que ainda existe em cada alma insignificante.
Os que querem o meu sangue derramado. Mas sabe? Eu derramei o deles primeiro.

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