Sentia as mãos suarem. Estava tão nervosa que nem mesmo conseguia andar. O salto agulha doía-lhe os pés. Andava cambaleando. Aliás, nem andava direito.
A noite era fria. Sentia uma vontade insana de sair correndo dali. Mas não podia.
Ao fim da rua escura avistou mais cinco mulheres, assim como ela. Novinhas.
Apertava a ponta da mini-saia com firmeza. Como se estivesse segurando a mão da mãe. As pernas expostas eram brancas como inverno. Tinha os lábios rosados, não pelo batom, mas pelo frio. Estava toda emperiquitada. Ajuda da irmã mais velha, Marry. A tal já era dita como "profissional" na rua. Todos a conheciam. Todos os homens.
Agora era a sua vez. Era o seu momento, mas na verdade, não sabia o que fazer.
De repente, um homem todo de preto parou a moto do seu lado.
- Quanto cobra a Mocinha? - o sarcasmo era claro.
Não sabia o que dizer. Ora, tinham seis meninas ali, por que ele tinha que escolher logo ela? Talvez fosse a hora certa de ir embora. Mas ela não podia.
- Trinta e cinco. - sua voz era trêmula e baixa.
- Como é lindinha? - continuava sarcástico.
- Trinta e cinco! - repetiu mais alto.
- É? Sabe, cê tá vendo aquela loira ali? - apontou para uma mulher alta, encostada num poste amarelo do outra lado da calçada. - Ela me cobra metade do preço e faz tudo que cê faz. Só que bem melhor. Sacou?
- Trinta, cobro trinta.
Ah, por favor, não a culpem. Nunca havia ido ali. Não sabia do esquema, não sabia de nada.
- Hã? Eu disse metade do preço branquela.
- Tudo bem. Eu faço por vinte. Que tal vinte?
- Não me faça te recusar. - seu tom agora era mais grosso. - Já tô perdendo a paciência...Ouviu?
- Quinze. É o preço mais baixo que eu cobro. Quinze.
- Não.
E foi só isso que ele disse.
- Dez. Dez reais. É o meu preço. - o que estava fazendo?
- Cinco e não se fala mais nisso ein? Eu prometo que não vou te machucar tanto.
- Tá. Cinco... É meu máximo.
O homem deu um meio sorriso enquanto a olhava da cabeça aos pés.
- Sobe aê.
Perdeu a virgindade. E o preço?
Só cinco reais...
A noite era fria. Sentia uma vontade insana de sair correndo dali. Mas não podia.
Ao fim da rua escura avistou mais cinco mulheres, assim como ela. Novinhas.
Apertava a ponta da mini-saia com firmeza. Como se estivesse segurando a mão da mãe. As pernas expostas eram brancas como inverno. Tinha os lábios rosados, não pelo batom, mas pelo frio. Estava toda emperiquitada. Ajuda da irmã mais velha, Marry. A tal já era dita como "profissional" na rua. Todos a conheciam. Todos os homens.
Agora era a sua vez. Era o seu momento, mas na verdade, não sabia o que fazer.
De repente, um homem todo de preto parou a moto do seu lado.
- Quanto cobra a Mocinha? - o sarcasmo era claro.
Não sabia o que dizer. Ora, tinham seis meninas ali, por que ele tinha que escolher logo ela? Talvez fosse a hora certa de ir embora. Mas ela não podia.
- Trinta e cinco. - sua voz era trêmula e baixa.
- Como é lindinha? - continuava sarcástico.
- Trinta e cinco! - repetiu mais alto.
- É? Sabe, cê tá vendo aquela loira ali? - apontou para uma mulher alta, encostada num poste amarelo do outra lado da calçada. - Ela me cobra metade do preço e faz tudo que cê faz. Só que bem melhor. Sacou?
- Trinta, cobro trinta.
Ah, por favor, não a culpem. Nunca havia ido ali. Não sabia do esquema, não sabia de nada.
- Hã? Eu disse metade do preço branquela.
- Tudo bem. Eu faço por vinte. Que tal vinte?
- Não me faça te recusar. - seu tom agora era mais grosso. - Já tô perdendo a paciência...Ouviu?
- Quinze. É o preço mais baixo que eu cobro. Quinze.
- Não.
E foi só isso que ele disse.
- Dez. Dez reais. É o meu preço. - o que estava fazendo?
- Cinco e não se fala mais nisso ein? Eu prometo que não vou te machucar tanto.
- Tá. Cinco... É meu máximo.
O homem deu um meio sorriso enquanto a olhava da cabeça aos pés.
- Sobe aê.
Perdeu a virgindade. E o preço?
Só cinco reais...
Nenhum comentário:
Postar um comentário