sábado, 24 de julho de 2010

                                
Era exatamente cinco e meia da tarde, a brisa fria alisava o seu rosto e brincava com seus cabelos. Era gostoso sentir o cheiro do oceano e a despedida dos pássaros no mais puro e profundo silêncio. Era ela e o mar, os dois apenas.
Olhava o horizonte... O sol parecia cansado.
Sua ligação com a areia da praia, com as criaturas e as águas azuis cristalinas eram tão fortes, que sorria em apenas olhá-los. 
Quando estava lá, nada mais importava. As preocupações, os deveres... Tudo desaparecia.
Era só o momento, os segundos... Aquilo.
Queria mais, queria poder entrar e ficar. Para sempre.
Seus dedos tocaram a água... Frias. Muito frias. Mas a sensação era prazerosa, gostosa de sentir.
Os espasmos do contato transformaram-se numa relação mais direta, fazia parte de tudo. 
E foi andando... E andando... A água já estava abaixo dos seios. Mas ela queria mais. Mais profundo, mais intenso. 
Mergulhou. Seus olhos podiam sentir o sal, ardia. Mas isso não importava.
Quem sabe mais fundo?
Era ótima a ideia de nunca mais sair, abandonar tudo e todos. Poder sentir o oceano, poder tocá-lo, poder amá-lo... Ser parte do mar. Para sempre. 
Ela e o mar. Para sempre...

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